Resenha: Nevernight, de Jay Kristoff

by - maio 04, 2019



Título Original: Nevernight
Gênero: Fantasia
Editora: Plataforma 21
Ano de Publicação: 2017
Comprar: Amazon
Confira o livro no Skoob e no Goodreads.

Sinopse: Há histórias sobre Mia Corvere, nem todas verdadeiras. Alguns a chamam de Moça Branca. Ou a Faz-Rei. Ou o Corvo. A matadora de matadores. Mas, uma coisa é certa, você deveria temê-la.
Quando ela era criança, Darius Corvere – seu pai – foi acusado de insurreição contra a República de Itreya. Mia estava presente quando o carrasco puxou a alavanca, viu o rosto do pai se arroxeando e seus pés dançando à procura do chão, enquanto os cidadãos de Godsgrave gritavam “traidor, traidor, traidor”…No mesmo dia, viu a mãe e o irmão caçula serem presos em nome de Aa, o Deus da Luz. E, embora os três sóis daquela terra não permitam que anoiteça por completo, uma escuridão digna de trevas tomou conta da menina. As sombras nunca mais a largaram. Mia, agora com dezesseis anos, não se esqueceu daqueles que destruíram sua família. Deseja tirar a vida de todos eles. É por isso que ela quer se tornar uma serva da Igreja Vermelha – o mais mortal rebanho de assassinos de toda a República. O treinamento será árduo. Os professores não terão misericórdia. Não há espaço para amor ou amizade. Seus colegas e as provas poderão matá-la. Mas, se sobreviver até a iniciação, se for escolhida por Nossa Senhora do Bendito Assassinato… O maior massacre do qual se terá notícia poderá acontecer. Mia vai se vingar.



Depois de muito ler na comunidade literária inúmeros elogios sobre a obra e a vontade de conhecer a história só aumentar, consegui comprar o livro. Iniciei a leitura e confesso que comecei a me desanimar, a escrita do autor é um tanto peculiar e é difícil, sim, se acostumar. Além disso, a estória estava um pouco devagar e eu me perguntava o tempo todo se minhas expectativas seriam atendidas. E felizmente eu posso dizer que, não só foram atendidas, como foram superadas.

A obra traz um enredo impecável, com elementos fantásticos que já conhecemos no gênero, mas que são utilizados de forma completamente nova. Além disso, há tudo que um bom fã de fantasia gosta; uma governos autoritários e injustos, crise de valores, sede por vingança e muito sangue. Todos as questões abertas trabalhadas ao longo do livro são encaixadas no final, e obra é tão genial pois conduz o leitor a um final previsível e no último momento somos surpreendidos por uma mudança de jogo que faz sentido e fazem a gente perguntar: como não percebi isso antes?

❝ O lobo não sente pena do cordeiro. A tormenta não pede desculpas ao afogado.❞

Os personagens na estória tem sempre o seu momento, todos com espaço, voz e, de certa forma, também com sua identidade. Alguns personagens são construídos com maior profundidade, com destaque para Naev, Tric e Adonai. Além claro, é preciso dar as honras ao Sr. Simpático, que é o alívio cômico da estória, quebrando muitas vezes o ar pesado e sombrio que há na jornada de Mia Corvere. E falando da nossa protagonista, o autor tem o cuidado de trabalhar todas as estâncias afetivas da garota, que é forte, letal, tem sede de vingança, mas também é incrivelmente humana e ainda sofre muito com a perda da família.

A escrita do autor é excepcional, e como dito no início, demora para você se acostumar, mas quando isso acontece a estória flui bem. No início do livro, o autor traz de forma até consideravelmente poética duas cenas, descritas quase da mesma forma: uma sobre sexo e outra sobre assassinato, que acontecem no passado e presente, respectivamente. É interessante ver que a protagonista se sentia quase que da mesma forma nas duas situações, e por isso, já dá para esperar grande coisa do livro. Além disso, ele traz um elemento não muito comum no gênero: notas de rodapé, que são muitas. Algumas, contendo informações importante sobre o universo de Jay Kristoff, outras que funcionam também como um alívio cômico, porque é o narrador conversando com o leitor de forma até engraçada. 

O ar sombrio da estória vem pelo detalhes na descrição das cenas, com apelos a sexualidade e violência. Em muitas cenas eu precisei parar e respirar fundo, por isso que, apesar de ser um livro com uma protagonista adolescente, o livro é uma fantasia indicada para adultos.

Se você gosta de experimentar uma fantasia épica e completamente nova, Nevernight - A Sombra do Corvo é mais do que indicada para isso, ela é essencial para todos os fãs do gênero.

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